O PSD e a intriga do momento
A semana passada saiu a lista de candidatos do PSD às próximas eleições europeias. Após uma breve análise, constata-se que é uma lista que procura transmitir a mensagem de renovação geracional e de paridade entre homens e mulheres. Em suma, é uma boa lista, o que me surpreendeu pela positiva.
Contudo, como em toda a distribuição de lugares, há uns que estão satisfeitos e outros nem por isso...
O PSD dos Açores sente-se o mais injustiçado nesta história... Depois de Mota Amaral ter defendido Rui Rio (de forma até um pouco ridícula) no Conselho Nacional que discutia a moção de confiança à Comissão Política Nacional, entendia-se que era quase inevitável o apoio de Rio para as Europeias. Porquê? Porque na política não há almoços grátis, e também porque desde há décadas que os Açores e a Madeira nomeiam dois candidatos em lugar elegível.
Este ano, Rio decidiu trocar as voltas e optou por dar esse poder a apenas um dos dois. Como há eleições na Madeira, os Açores foram preteridos.
Os Açores não se conformam e ponderam boicotar a campanha às Europeias. No domingo Marques Mendes acrescentou que “há apenas um erro [na construção das listas], a exclusão dos Açores de um lugar elegível. Mais do que a quebra da tradição é a e enorme fragilização do PSD/Açores, com consequências previsíveis nos resultados das Europeias e das Legislativas”.
Tenho, portanto, algumas dúvidas existenciais... Se houvesse a expectativa de o PSD eleger apenas dois candidatos, para seguir a lógica teria de ser necessariamente um da Madeira e outro dos Açores. Certo? E o resto do país?
Para além disso e não tirando mérito a todo o percurso de Mota Amaral, o que é que uma pessoa com 75 anos iria trazer de novo para a Europa? Não havia mais ninguém para além dos “mesmos do costume”?
Fica a dica...