Os nossos estimados deputados são uma caixinha de surpresas (e que caixinha!), onde raras são as vezes em que sai algo bom.
Não é que a Comissão para a Transparência, que de transparência só tem o nome, decidiu defender a legalização da oferta de viagens por entidades privadas a quem exerce cargos políticos e altos cargos públicos. O caso “Galpgate” seria assim arquivado, e veja-se, até com a aprovação do PCP (Álvaro Cunhal se não tivesse sido cremado estava às voltas no túmulo).
Vamos por partes: a quem diz que os deputados, pessoas de bem, não se venderiam por uns almoços grátis e umas viagenzitas, qual era a dificuldade em legalizarem a impossibilidade de aceitarem este tipo de ofertas? Não é legítimo pensar-se que quem oferece as viagenzitas é porque, muito provavelmente, quer algo em troca? O que seria o “algo em troca”? Poderia, eventualmente, ser por publicidade, mas os nossos deputados ainda não entram na categoria de “influencers” ou “instagrammers”. Certo?
São estas pérolas que aumentam o descrédito da nossa classe política. Mas não importa, desde que se viaje de borla, está tudo bem.
Nunca desiludem, é um facto.