O PSD e a carga fiscal
A semana passada saíram umas estatísticas que davam conta que a carga fiscal em Portugal tinha aumentado face aos anos anteriores, embora também se argumentasse que estava abaixo da média da União Europeia. À direita do Partido Socialista apressaram-se a comentar que o clima de austeridade ainda imperava no país e que o défice mais baixo da nossa Democracia só tinha sido alcançado pela asfixia fiscal/cativações (o que não foge muito à verdade). Em algumas declarações declarou-se até que podia ter sido feito mais quanto ao défice, falhou foi revelar como tal se alcançava. A matemática do défice é simples, um menor défice obtém-se por mais impostos ou naturalmente por menos despesa, e ninguém quer atiçar os funcionários públicos a meses de eleições ou dizer que se quer cortar mais ainda na saúde. Pois não?
Rui Rio, o líder do maior partido da oposição, disse que caso ganhasse as legislativas se propunha a não aumentar os impostos e que tudo faria para os reduzir de forma gradual. Gostei. Todavia, qual não é o meu espanto quando vejo que o seu porta-voz da área das finanças, Joaquim Miranda Sarmento, apresenta o livro “A Reforma das Finanças Públicas em Portugal” que propõe, por exemplo, que o IVA da restauração passe dos 13% para os 23%, ou cobrar um valor mínimo de 40 euros nas declarações de famílias que não pagam IRS e de 500 euros para as empresas que não pagam IRC. Questionado sobre se se identifica com estas propostas e se vão ser incluídas no programa do PSD, Rui Rio que esteve na apresentação do livro recusou-se a comentar.
Se isto não era um aumento da carga fiscal, era o quê?