Após a aprovação do Tribunal Constitucional, Pedro Santana Lopes vem em grande destaque no Semanário Sol desta semana.
Numa entrevista, que a meu ver foi bem conseguida, Santana refere vários pontos que reforçam a urgência por novas forças políticas. Nota que hoje em dia “as pessoas chegam às sedes dos partidos tradicionais e os partidos estão fechados sobre si próprios” e acrescenta que esses partidos estão “sempre a discutir eleições para a distrital, eleições para a concelhia, eleições autárquicas e eleições legislativas...vivem para isso”.
Basicamente, o sistema partidário está obsoleto e a cheirar a mofo (palavras minhas).
Quanto ao que foi dizendo relativamente às suas propostas, não foi muito, mas não me desagradou. Não que tudo vá de encontro ao que penso, mas Santana tem a capacidade de identificar muito bem os problemas, tanto nacionais como europeus...
Defende a permanência de Portugal na Zona Euro, mas por uma zona monetária a várias velocidades. Fala em compensações e contrapartidas, onde “os fundos europeus têm de servir para apoiar metas quantitativas”, como por exemplo um aumento da produtividade.
Reforça a necessidade por uma redução da carga fiscal, referindo inclusivamente que não aumentaria os ordenados da função pública porque preferiria beneficiá-los com uma descida de impostos. Com esta frase ganhou uns pontos. Santana já disse mais do que muitos partidos do centro/centro direita que se opõe ao Orçamento, mas que não têm coragem de verbalizar tudo o que pensam.
A Aliança pode não fazer história, pode não ter um resultado que se destaque, pode não ter os 15 deputados de que Santana fala. Mas uma das características que valorizo mais nas pessoas é a coragem. Santana Lopes com a sua carreira na política (goste-se ou não do seu percurso) teve a coragem de criar um partido novo e chega-se à frente sem medo do que possam pensar dele e do resultado que venha a ter.
E isso...é admirável nos dias de hoje.