O dia a seguir às eleições é abundante em variadas análises políticas. Um das ideias que tem sido difundidas é a de que o Chega terá ganho votos pela transferência de eleitorado do CDS, que também terá perdido para o Iniciativa Liberal.
A meu ver é uma análise simplista, para não entrarmos em questões que nos podem deixar realmente preocupados. A ideia implícita é a de que se o voto tiver vindo da ala mais à direita do CDS, ou da extrema-direita, André Ventura não terá muito mais a ganhar em futuras eleições.
A matemática dos resultados eleitorais não ajuda, contudo, a corroborar esta hipótese, pois para isso era necessário saber quanto teve o CDS-PP nas últimas eleições Legislativas. Cabe recordar que em 2015, o CDS-PP concorreu coligado com o PSD, e saber o seu peso na coligação são meras estimativas.
Deixo aqui uma reflexão para os estudiosos da ciência política. E se o voto do Chega não tiver vindo da ala mais à Direita do nosso sistema político? E se o voto do Chega vier de um eleitorado trabalhador e pobre que não não se enquadra em minorias? O PCP não é o partido que se carateriza por ter este tipo de eleitorado? Bem, que resultados teve o PCP nas eleições de ontem?
Será que se pensarmos que é o “proletariado” que está a votar no Chega, já podemos ficar preocupados?