Orçamento de Estado – um “descomplicador”
Como qualquer orçamento familiar, o Orçamento de Estado não passa de umas contas de somar e de subtrair. De um lado temos as receitas do Estado, obtidas pela tributação direta ou indireta (vulgo impostos), e do outro lado temos as despesas, das quais as remunerações da função pública e as transferências correntes (pensões, subsídios de desemprego) têm o principal peso. Não é uma crítica, é um facto.
Para quem tiver mais curiosidade sobre as rubricas da despesa e da receita do Estado podem visitar a página Pordata (ver despesa e receita).
O que o Governo faz é um “tira aqui e um dá ali”, consoante naturalmente os seus objetivos do momento (para o ano há eleições, já estão a ver...). No final das contas, convém que o défice esteja abaixo dos 3% do PIB para não atiçarmos os nossos amigos alemães. A dívida (défices acumulados ao longo dos anos) também deveria estar abaixo dos 60% do PIB, mas a nossa já vai nos 120%. Meros detalhes que parecem passar ao lado dos Governos que por lá vão passando...
Agora vejamos, estamos em 2018 e estamos a preparar o Orçamento para 2019. O que fazemos são previsões, porque não sabemos o que de facto vai acontecer em 2019, nem os choques económicos que vão ocorrer (bancos que vão à falência, aumento do preço do petróleo, mais Trumps na política, etc, etc...).
O que se deve fazer então?
Ter muita atenção aos cenários económicos que assumimos no que respeita ao crescimento económico. Contudo, o Conselho de Finanças Públicas alerta que o “cenário macroeconómico subjacentes à proposta de lei do Orçamento do Estado para 2019 não pode ser considerado como o cenário mais provável ou um cenário mais prudente”. Trocando por miúdos, o Governo pode estar a ser demasiado otimista.
Também o que pode acontecer se as projeções derem errado?
O Zé tuga pagar e calar? O normal, portanto...