"Queremos o Chega" - a série portuguesa do momento
Se no panorama internacional temos a série “Brexit para quando?”, Portugal não se deixa ficar para trás e lança o “Queremos o Chega”, dirigido e protagonizado por André Ventura. E que performance! “Queremos o Chega” conta a história de um movimento que tenta criar um partido (o Chega) e que esbarra sistematicamente no Tribunal Constitucional (TC).
Primeiramente, o TC rejeita a constituição do partido alegando que entre as assinaturas requeridas para a formalização de um novo partido constavam assinaturas de menores e de agentes das forças policiais… Ups!
André Ventura riposta apresentando queixa ao Ministério Público por interferência de “terceiros” na recolha das assinaturas e pede a substituição das assinaturas falsificadas (por “terceiros”) por outras legais. Quem são os “terceiros”? - é a pergunta a que todos querem responder!
A trama adensa-se e numa luta contra o tempo, André Ventura e o seu movimento arranjam uma barriga de aluguer (à falta de melhor termo) para conseguirem ir às eleições Europeias, com Ventura como cabeça de lista. O movimento Chega junta-se ao Partido Popular Monárquico e ao Partido Cidadania e Democracia Cristã e formam um coligação que, contra todas as expectativas, se chama: “Chega”.
O TC sente-se ultrapassado na sua legitimidade e proíbe o uso do nome porque podia confundir os eleitores - estariam os eleitores a votar no movimento ou na coligação? Mas será que há efetivamente uma diferença entre ambos? - pergunto eu.
André Ventura não desiste, e muda o nome da coligação para “Europa Chega”. Este tipo vai arranjar uma forma de andar sempre a contornar o “sistema”? - pergunta o TC.
E eis que o TC desiste e o partido (não a coligação) é finalmente aceite!
(Ufa, como podem ver não era por falta de enredo que não dava uma ótima série televisiva ).